Mortes no Brasil caem após 2 anos de recordes puxados por pandemia, diz IBGE | Brasil

O número de óbitos no Brasil voltou a cair após dois anos seguidos de elevações, segundo a pesquisa “Estatísticas do Registro Civil”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (27).

Em 2022, foram registrados 1,52 milhão de mortes, um recuo de 15,8% ante 2021, puxado pela redução das mortes por covid-19 entre idosos.

Em 2021, foi registrado o maior nível de toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 1974, com 1,78 milhão de mortes. Naquele ano, o número representou um aumento de 18% frente a 2020, quando já havia sido observado um recorde, com 1,51 milhão de óbitos, em meio à pandemia.

A maioria dos casos de mortes de 2022 (71,5%) ainda se refere a pessoas com 60 anos de idade ou mais. Mesmo assim, esta foi a faixa com as maiores reduções em número absolutos: menos 79,6 mil óbitos entre 60 e 69 anos e 72,2 mil entre 50 e 59 anos.

Na faixa de 1 a 4 anos, por outro lado, foi registrado um aumento de 27,7% em base anual, a maior em termos relativos. O número corresponde a um crescimento de 1.304 mortes. De acordo com a gerente da pesquisa do IBGE, Klívia Brayner, o crescimento é motivado por doenças respiratórias.

“Utilizamos muito o Sinasc, Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde, e as causas respiratórias foram alguns dos principais motivos para os óbitos nesta faixa, mas não podemos afirmar que é um resquício de covid-19, são só suposições”, disse Brayner.

Em relação aos números totais de mortes, em janeiro de 2022, houve um aumento de quase 11% em comparação com igual período do ano anterior. Nos meses seguintes, foi registrada queda em todos os Estados brasileiros.

O número de mortes entre homens seguiu superando o de mulheres, ainda que tenha sido observada uma redução na diferença. Entre 2021 e 2022, a taxa média de mortes de homens para cada 100 mulheres passou de 124 para 121.

A maior diferença foi observada na faixa etária de 20 a 24 anos, com registros de 401 mortes masculinas para 100 femininas.

Em relação às mortes não naturais, os maiores números foram registrados na região Norte e os menores, no Sul. Os Estados do Amapá, Tocantins, Roraima, Mato Grosso e Pará lideram as cinco primeiras posições no ranking de óbitos por causas externas.

Fonte: valor.globo.com