Ministro da Fazenda e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) criticou nesta sexta-feira (24) como uma “aventura” o processo de privatização da Sabesp, uma das principais bandeiras do governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Haddad afirmou que faltam informações sobre como será feita a desestatização da companhia de saneamento e sobre como ficará a estrutura tarifária, com a possibilidade de um aumento da cobrança do consumidor no futuro.
Sem citar diretamente o governador, Haddad disse que o Legislativo dos municípios atendidos pela companhia em São Paulo deveriam discutir como ficará o contrato com a Sabesp em caso de privatização, mas afirmou que esse debate está interditado.
“Nós não sabemos qual vai ser a estrutura da privatização que está em curso. Os caras estão passando o trator em cima das câmaras municipais, em cima dos contratos assinados”, disse Haddad.
O ministro participou de um ato da pré-campanha do deputado federal Guilherme Boulos (Psol) à Prefeitura de São Paulo, na capital paulista, ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Nenhum prefeito está querendo se opor ao governador, sequer discutir os termos dessa aventura e a gente não sabe como é que eles estão calibrando a questão de como a tarifa vai evoluir nos próximos anos. Eles devem estar pensando nisso, para não tem um impacto negativo no curto prazo”, disse o ministro da Fazenda.
Haddad concorreu ao governo de São Paulo contra Tarcísio em 2022 e foi ao segundo turno, mas foi derrotado. Um dos principais temas abordados pela campanha do petista no segundo turno foi justamente a privatização da Sabesp.
Em dezembro, a Assembleia Legislativa de São Paulo deu aval para Tarcísio vender a Sabesp, em uma sessão marcada pela repressão da Polícia Militar contra protestos. No início deste mês, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou a manutenção do contrato da cidade com a Sabesp, depois da privatização da empresa. O prefeito da cidade e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), ajudou a articular a aprovação da proposta. Nunes tem o apoio do governador para concorrer a um novo mandato.
Já Boulos, a exemplo de Haddad, tem criticado a venda da Sabesp.
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