Goiás vive novo surto de incerteza em relação à influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1). Apenas nesta semana, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) registrou dois novos casos suspeitos, elevando para três o número de incidentes em apuração no Estado e para dez desde 2023.
Na segunda-feira, 9 de junho, 142 aves criadas para subsistência morreram em duas propriedades, 100 galinhas em Santo Antônio da Barra e 35 galinhas com sete perus em Montes Claros de Goiás. Os animais apresentavam sintomas como asas caídas, dificuldade respiratória, secreção nasal, apatia, diarreia e edema facial, sinais típicos da gripe aviária.
Imediatamente, fiscais da Agrodefesa compareceram aos locais em até 12 horas após os relatos e coletaram amostras, encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP). Os resultados estão previstos para sair em até 10 dias úteis, conforme a capacidade do laboratório.
Cisne negro no zoológico: primeiro caso da semana
No domingo, 8 de junho, um cisne negro encontrado morto no Zoológico de Goiânia desencadeou o primeiro alerta da semana. O animal apresentava letargia, dificuldade para nadar, pescoço rígido e manchas de hemorragia pelo corpo, sinais compatíveis com o H5N1. O parque foi interditado por dez dias como medida sanitária preventiva, conforme recomendação do Ministério da Agricultura (Mapa) e da Agrodefesa.
A administração do zoológico segue monitorando outros animais, principalmente aves migratórias que frequentam o local, e veterinários estão em alerta constante.
As propriedades afetadas foram imediatamente interditadas, com proibição de trânsito de animais e pessoas, além da implementação de medidas rígidas de biossegurança, seguindo o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA). Todos os casos foram registrados no Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergência Veterinária (Sisbravet), que monitora ocorrências e estabelece protocolos nacionais.
A Agrodefesa destacou que, até o momento, nenhum caso foi confirmado em granjas comerciais, que mantém o status de livre da doença. As ações adotadas são preventivas, com o objetivo de preservar esse status e evitar contaminações em larga escala.
Risco ao ser humano e segurança alimentar
Embora o vírus H5N1 seja conhecido por sua capacidade de infectar humanos e causar sintomas graves, o consumo de carnes de aves e ovos segue considerado seguro pelas autoridades. A transmissão para humanos ocorre principalmente por inalação de partículas víricas em ambientes com aves infectadas, não por ingestão de produtos avícolas submetidos ao processamento normal.
Alerta à população
A Agrodefesa reforça a importância da notificação rápida de qualquer morte ou sintoma incomum em aves, mesmo em criações domésticas. A cooperação de produtores, veterinários e da população em geral é vital para barrar o avanço do vírus.
- Resultados em até 10 dias úteis: expectativa é de que os laudos laboratoriais sejam concluídos entre 19 e 23 de junho, dependendo da chegada das amostras e da demanda do LFDA.
- Zoológico de Goiânia segue fechado: a reabertura depende da avaliação técnica após análise do cisne e outros residentes.
- Ações permanentes: fiscalização, rastreamento e monitoramento vão continuar em todas as regiões do Estado.
Goiás atravessa um momento crítico na vigilância sanitária animal. Com três casos suspeitos sob investigação e protocolos rígidos em ação, o Estado adota postura prudente para evitar a disseminação do vírus H5N1. Embora nenhuma confirmação tenha saído, a mobilização das autoridades e a participação da sociedade serão decisivas nos próximos dias.