Sentença reconhece uso da máquina pública para coagir servidores durante as eleições de 2024; decisão ainda pode ser contestada no TRE-GO
O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Vilmar Mariano, e a ex-primeira-dama Sulnara Santana foram declarados inelegíveis por um período de oito anos, conforme decisão da Justiça Eleitoral proferida nesta quarta-feira (6). A sentença foi assinada pela juíza Christiane Gomes Falcão Wayne, da 119ª Zona Eleitoral.
A condenação decorre de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pela coligação do atual prefeito, Leandro Vilela (MDB), que disputou as eleições municipais de 2024. De acordo com a denúncia, houve uso indevido da estrutura administrativa da prefeitura para pressionar e exonerar servidores comissionados que não manifestassem apoio ao então prefeito.
A magistrada entendeu que tanto Vilmar quanto Sulnara, que na época comandava a Secretaria Municipal de Assistência Social cometeram abuso de poder político ao instrumentalizar cargos públicos em benefício da campanha eleitoral.
Além da inelegibilidade, os dois foram penalizados com multa individual de R$ 30 mil.
O processo também citava outras figuras públicas: o deputado federal Professor Alcides (PL), o vereador Olair Silva (PRD) e o ex-deputado estadual Max Menezes (PL), que foi candidato a vice-prefeito na chapa de Vilmar. No entanto, a juíza julgou improcedentes os pedidos de condenação em relação aos três.
A decisão é de primeira instância e ainda pode ser recorrida junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO).
Com o cenário político local em ebulição, a decisão pode representar um divisor de águas no xadrez político de Aparecida de Goiânia.