A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que, a partir de maio, a conta de luz dos brasileiros terá a aplicação da bandeira amarela. Com isso, haverá um acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, encerrando um ciclo de cinco meses sob a bandeira verde, período em que não houve cobrança adicional nas faturas de energia.
Segundo a Aneel, a mudança foi motivada pela redução no volume de chuvas, reflexo da transição entre o período chuvoso e o início da estiagem. A menor incidência de precipitações afeta diretamente a geração de energia nas hidrelétricas, que precisam ser complementadas pelo acionamento de usinas termelétricas — fontes de energia mais caras. Para manter o equilíbrio do sistema e assegurar o abastecimento, a agência aplica o sistema de bandeiras tarifárias: verde para condições favoráveis, amarela para condições de atenção e vermelha, em dois níveis, para cenários desfavoráveis e críticos.
As previsões meteorológicas para os próximos meses indicam chuvas e vazões abaixo da média nas principais regiões dos reservatórios do país, o que aumenta o risco de maior utilização das termelétricas. “Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidrelétrica piorou, o que, nos próximos meses, poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara”, destacou a Aneel em comunicado.
O custo adicional da bandeira amarela é de R$ 18,85 por megawatt-hora (MWh) consumido — equivalente a R$ 1,88 a cada 100 kWh. Para efeito de comparação, a bandeira vermelha no primeiro patamar impõe uma cobrança extra de R$ 44,63 por MWh (R$ 4,46 a cada 100 kWh), enquanto no segundo patamar o valor salta para R$ 78,77 por MWh (R$ 7,87 a cada 100 kWh). Já a bandeira verde, que vigorou entre dezembro de 2024 e abril de 2025, não gera custos adicionais.
Especialistas do setor elétrico já previam a possibilidade de aumento nas tarifas diante do comportamento climático registrado nos últimos meses. O sistema de bandeiras tarifárias foi implantado justamente para informar o consumidor sobre o custo real da geração de energia no Brasil, além de incentivar o uso racional, principalmente em momentos em que as condições naturais encarecem a produção.