O governo de Israel informou nesta terça-feira (5) que o
acesso dos muçulmanos na primeira semana do Ramadã ao Monte do Templo,
localizado na Cidade Velha de Jerusalém e onde fica a Mesquita de Al-Aqsa, será
igual ao de anos anteriores.
O Ramadã, mês sagrado do Islã, terá início no domingo (10).
O Monte do Templo é considerado o lugar mais sagrado do judaísmo e a Mesquita
de Al-Aqsa, o terceiro do islamismo, e o local é um ponto delicado da disputa
entre israelenses e palestinos.
“Na primeira semana do Ramadã, o número de fiéis autorizados
a entrar no Monte do Templo será o mesmo dos anos anteriores”, informou o gabinete
do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado.
“Todas as semanas haverá uma avaliação sobre a situação de
segurança e proteção, e uma decisão será tomada de acordo com ela”, acrescentou
a nota. “O Ramadã é sagrado para os muçulmanos, e a santidade do feriado será
preservada este ano, como é todos os anos.”
No mês passado, o ministro da Segurança Nacional israelense,
Itamar Ben Gvir, havia afirmado que o acesso de muçulmanos ao Monte do Templo não
deveria ser permitido no Ramadã deste ano, devido aos riscos decorrentes da
guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.
Por seu lado, o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, fez um apelo aos palestinos em Jerusalém e na Cisjordânia para marcharem até a Mesquita de Al-Aqsa durante o primeiro dia do Ramadã.
Nesta terça-feira, Ben Gvir criticou Netanyahu em entrevista
a uma rádio. “A decisão de permitir um acesso semelhante ao de anos anteriores ao
Monte do Templo no Ramadã mostra que Netanyahu e o gabinete [de guerra]
limitado acham que nada aconteceu em 7 de outubro”, afirmou, citando a data dos
ataques terroristas do Hamas que motivaram a atual guerra em Gaza.
“A decisão põe em perigo os cidadãos de Israel e talvez
permita uma imagem de vitória para o Hamas”, acrescentou o ministro.
Por sua vez, Mansour Abbas, membro do Knesset (Parlamento de
Israel) e presidente do partido islâmico Ra’am, agradeceu a Netanyahu e
classificou sua decisão como “responsável”.
Em uma postagem no X, antigo Twitter, ele pediu ao “público árabe para exercer o seu direito de rezar e observar os mandamentos durante o mês sagrado, respeitando a lei e a ordem pública”.