Vereadores cobram BRK e Saneago por falhas no serviço de esgoto em Aparecida de Goiânia

A Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, realizada nesta quinta-feira (20), foi marcada por um embate entre vereadores e representantes da BRK Ambiental e da Saneago. Convocadas para prestar esclarecimentos sobre a rede de esgoto no município, as empresas ouviram críticas de parlamentares diante de reclamações recorrentes da população sobre a má qualidade dos serviços.

A BRK, subdelegatária da Saneago e responsável pela operação, manutenção e expansão do sistema de esgoto, apresentou um balanço das ações realizadas desde o início da operação, em 2013. O diretor da companhia, Marcos Mendanha, destacou que Aparecida atingiu a meta de universalização do saneamento 11 anos antes do prazo estabelecido pela lei (2033), posicionando a cidade em 6º lugar no ranking nacional. Segundo ele, os investimentos já somam R$ 1,2 bilhão, com média anual de R$ 421 milhões, incluindo tecnologias como robôs para monitoramento da rede. Mendanha ainda convidou os vereadores a conhecerem a estrutura da empresa.

Representando a Saneago, o diretor Hugo Goldfield admitiu falhas contratuais e reforçou o compromisso da companhia em resolver os problemas relatados. Ele destacou que o canal de atendimento da Saneago, via 0800, deve funcionar como instrumento de interlocução com os moradores.

Críticas e cobranças

Durante o debate, parlamentares exibiram vídeos e relataram situações enfrentadas pela população, como extravasamentos, demora nos atendimentos, buracos abertos sem recomposição adequada e bairros ainda sem rede de esgoto.

O vereador Cristiano Zói contestou o discurso de universalização, citando setores não atendidos. Já Isaac Martins, Rosinaldo Boy e Olair Silva exibiram registros de esgoto a céu aberto e pediram revisão do contrato. Outros parlamentares, como Mazinho Baiano, Lipe Gomes e Tales de Castro, cobraram maior fiscalização da Agência Goiana de Regulação (AGR) e exigiram respostas por escrito da BRK, incluindo mapas, cronogramas e dados sobre investimentos.

Alguns vereadores, entre eles Ataídes Neguinho e Dieyme Vasconcelos, defenderam a participação mais ativa de órgãos ambientais e chegaram a levantar a possibilidade de rescisão contratual, caso as falhas persistam. Houve também críticas quanto à transparência das informações e pedidos de aplicação de multas.

Ao final da sessão, o vereador Felipe Cortêz propôs a criação de uma comissão especial para acompanhar o contrato de saneamento e monitorar as demandas da população. O diretor da BRK afirmou que a empresa apresentará respostas formais às solicitações e reafirmou a disposição de buscar soluções em parceria com o Legislativo.