A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia, ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra nove pessoas que participaram de bloqueios de rodovias federais após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2022.
O grupo denunciado atuou em Santa Catarina e era formado por proprietários e funcionários do Grupo Bremer, que fabrica caldeiras.
No documento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusa o grupo por associação criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.
Segundo o PGR, as ações começaram assim que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi confirmada nas urnas, no dia 30 de outubro de 2022. A denúncia diz que eles exigiam a decretação de intervenção militar, a anulação das eleições e a prisão do então candidato eleito à Presidência da República.
Gonet também liga as manifestações nas estradas aos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram depredadas em Brasília. Segundo ele, os bloqueios tinham o objetivo de gerar “transtornos de abastecimento e de regularidade de transporte, como fórmula de agitar o país e predispor a ruptura da ordem democrática”.
“A compreensão dos fatos delituosos atribuídos a eles não se desprende desse contexto de militância política abusiva e de violenta insurreição contra os resultados das eleições presidenciais de 2022, em que se buscou impedir o exercício da presidência pelo candidato eleito. O conjunto de atos antidemocráticos chegou ao seu ápice em 8 de janeiro de 2023”, escreveu.
O relator do processo no STF é o ministro Alexandre de Moraes. O Valor não conseguiu contato com os denunciados.